Invasão italiana: a influência milenar do país que respira design
Para além das fronteiras, o design italiano se destaca em todos os setores. No moveleiro, não é diferente. Oh, mio Dio! Seria a água da Fontana di Trevi o segredo de tamanha grandeza?

A arte pulsa nas veias do povo italiano. Pelas mãos de Leonardo Da Vinci, nasceu Mona Lisa; da mente de Antonio Vivaldi, as Quatro Estações, concertos que são ícones barrocos. Do universo da moda, surgiram os irmãos Gianni e Donatella Versace, Giorgio Armani e tantos outros estilistas que marcaram gerações nas passarelas. A lista de mentes brilhantes originadas no país europeu é longa. Na arquitetura e no design, a história se repete: a Itália presenteou o mundo com gênios que ousaram nas formas, exploraram materiais e transcenderam como criadores.
Afinal, qual é o segredo do sucesso? A localização privilegiada do país na região onde era o Império Romano, berço da civilização ocidental, explica a longa bagagem cultural herdada pelos artistas. Há quem diga que o mantra “dolce far niente” — em português, a agradável ociosidade —, inspira a criatividade e estimula a imaginação: com a mente vazia, novas ideias são formadas. Talvez a resposta seja uma combinação de todos esses fatores. Inegavelmente, os italianos ditam as regras do jogo quando o assunto é design.

Um dos caminhos para compreender esse fenômeno é traçar uma linha do tempo e visitar o perfil e as criações de alguns gênios que conceberam, ao longo da história, as peças icônicas que revolucionaram o design. No século passado, eles encontraram na arte o sopro de vida no pós-guerra, quando tudo parecia perdido. Hoje, o talento e o suor que fazem parte do processo criativo reverberam nas obras contemporâneas. Passado e presente se unem — um com a tradição, outro com a tecnologia — para fazer jus ao status de nação artística conquistado pela Itália.

A originalidade e expressividade do arquiteto Maurizio Manzoni e a considerável experiência do professor Roberto Tapinassi se uniram em 2001 para formar uma parceria profissional entre as mais notáveis da Itália. Desde o início, os dois designers compartilharam uma visão comum da vida contemporânea, desenvolvendo soluções inovadoras de acordo com uma tradição italiana dedicada à pesquisa de ponta.

O design italiano foi precursor. Da moda, passando pelas artes plásticas até chegar à indústria automobilística e, principalmente, quando o assunto são peças de mobiliário e decoração, a inovação é intrinsecamente ligada a artistas e designers e marca a história do país que recebe milhões de visitantes todos os anos para apreciar alguns dos maiores eventos voltados para as mentes criativas, como o Salão do Móvel de Milão. Assim como as formas, o uso de materiais, a singularidade e o vanguardismo impulsionaram a caracterização reconhecida em todo o globo.

Como não há fronteiras para apreciar o belo, a criação se expandiu para outros países — dando origem ao “made in Brazil com alma italiana”. Com uma dose de ópera e outra de samba, a arquiteta Lina Bo Bardi representa essa conexão ítalo-brasileira. Na década de 1940, chegou a São Paulo com o seu marido, Pietro Maria Bardi. Desde então, nunca mais deixou o país, onde concebeu suas principais obras, como a Casa de Vidro, em 1951.

Considerada ícone da arquitetura moderna no Brasil, a Casa de Vidro foi o primeiro projeto construído da arquiteta. O loteamento da antiga Fazenda de Chá Muller Carioba, na região do Morumbi, em São Paulo, foi o local escolhido para construção, iniciada entre 1950 e 1951. O jardim, que ocupa uma área de sete mil metros quadrados, expressa o amor do casal pela riqueza natural brasileira. Cuidadosamente planejado e plantado pela própria Lina, a vegetação rasteira da época se transformou em floresta particular, com trilhas decoradas com pedras e cacos de cerâmica.

Além de marco arquitetônico, o espaço se tornou ponto de encontro de artistas, arquitetos e intelectuais. Grandes nomes Max Bill, Steinberg, Gio Ponti, Calder, John Cage, Aldo van Eyck e Glauber Rocha encontravam na residência do casal Bardi o cenário ideal para discussões culturais, ideológicas e sociais. Hoje, constitui espaço de pesquisa e troca de ideias entre pesquisadores, profissionais e estudantes do Brasil e do exterior como a sede do Instituto Lina Bo e P.M. Bardi.

Os dias de glória dos brilhantes designers italianos não ficaram no passado: suas obras-primas continuar a influenciar a inventividade na contemporaneidade. Pelo mundo, é possível encontrar criações de todos os setores, inclusive na América Latina, onde os móveis do país europeu são extremamente valorizados. A Natuzzi, um dos nomes mais conhecidos da indústria mundial de móveis de luxo, importa e produz suas peças no Brasil. Conhecer os bastidores desse processo é compreender como funciona o caminho de cada item que compõe os projetos que amamos.

A definição da coleção leva em consideração aspectos locais como clima, perfil dos consumidores, tipos de residência, faixa etária e estilo predominante. Para isso, o gestor de negócios da marca Marcos Rogério Colet, que atua no continente sul-americano, mantém contato frequente com o Centro de Estilo em Santeramo, na região da Puglia. Assim, o design originalmente italiano chega ao país.

A Itália influenciou seus conterrâneos europeus na criação artística e também no design, como a Holanda. Parceiro da Natuzzi Italia, Marcel Wanders é um importante ateliê de design de produto e interiores em Amsterdã. Entre suas peças assinadas para a marca italiana está o sofá Skyline, feito a partir de um sistema modular, que cria uma enorme variedade de composições lineares e de canto usando uma combinação de módulos de base aberta e fechada.

Giovanni Ponti, conhecido como Gio, foi um dos mestres italianos da arquitetura e do design, assim como ensaísta reconhecido. Além das grandes obras arquitetônicas que carregam sua assinatura inconfundível, desenvolveu um vasto portfólio no setor moveleiro. Vanguardista no design industrial, concebeu projetos de mobiliário e utiliários, como máquinas de café expresso, de costura, peças de iluminação, impressões para tecido e cerâmica. Aventurou-se, até mesmo, nos setores naval e automobilístico. Multidisciplinar, redefiniu as rotas de criação.

Entre a dualidade nas suas influências — bebeu da fonte do movimento conservador neoclássico, o Novecento Italiano, e do Modernismo dos anos 1930 —, surgiram obras que promoveram o design no mundo. Ativo por mais de seis décadas, Ponti estabeleceu a identidade italiana na arquitetura e no design. Não à toa, colecionadores cobiçam seu trabalho até hoje: em 2018, uma mesa de centro criada para o salão do baile transatlântico Giulio Cesare, em 1951, foi arrematada por R$ 340 mil.

A história de Ponti tem um cenário recorrente: Milão, a cidade que respira design. Lá, três casas foram construídas e mobiliadas pelas mãos do gênio. Por dentro e por fora, são marcadas pelo estilo inconfundível do italiano: moradias livres de obstruções, nas quais o mobiliário é reinventado com cores, texturas e um papel híbrido na composição. Assim, promovia “uma nova cultura do habitar e da casa”.

Através da Domus, a revista de design que fundou em 1928, promoveu curiosidade e uma mente aberta para o design thinking. Como um manifesto, provoca os leitores com novas maneiras de pensar a habitação — dessa vez, no papel. Boa parte do sentimento de revolucionar a arquitetura e o design veio da intuição: alguns críticos afirmam que Ponti era avesso a ideia de metodologias engessadas. Para ele, o design precisava ir além.

A fruta não cai longe do pé e o designer italiano Claudio Bellini é prova disso. Filho do mestre Mario Bellini, vive e trabalha em Milão, onde dirige um escritório de arquitetura e design fundado em meados dos anos noventa. Palestrante internacional com muitos anos de experiência em ensino universitário, também trabalha com criação para várias marcas líderes globais, como a Natuzzi.

Ambicioso e versátil com um olhar apurado para o design — setor em que é um inovador reconhecido —, Bellini tem paixão por embarcar em viagens que o levam a abraçar diferentes culturas.

Ex-iatista de competição, seu sonho é fazer uma viagem em um planador e depois em uma nave espacial, porque, como Le Corbusier disse uma vez, “voar nos deu uma visão panorâmica, um ponto de vista inestimável a partir do qual podemos observar o mundo amplamente”.


Criador de alguns ícones do design italiano, entre eles a luminária de piso Arco, Achille Castiglioni dedicou sua carreira ao desenvolvimento de móveis, iluminação e outros produtos marcados por designs irônicos, alegres, criativos e funcionais que, às vezes, se cruzavam com ideias exploradas por artistas conceituais.

Nasceu em Milão, em uma família com profundo apreço pelas artes, já que era o terceiro filho do escultor e gravador de moedas Giannino Castiglioni. Em 1937, decidiu seguir os passos de seus dois irmãos mais velhos, os arquitetos Livio e Pier Giacomo Castiglioni, e se matriculou na Faculdade de Arquitetura do Politécnico de Milão, mas só conseguiu concluir os estudos anos depois de ser enviado para a Grécia e a Sicília durante a Segunda Guerra Mundial.

Na juventude, enquanto amargava o período pós-guerra, experimentou no início de sua carreira técnicas emergentes e novos materiais que pudessem comunicar sensibilidade estética necessária para animar o mercado europeu. O foco em design de produto e o profundo vínculo fraterno entre os três irmãos, mais tarde lhe permitiria prosperar.

Achille Castiglioni ganhou o Compasso D’Oro, o maior prêmio italiano de design industrial, nove vezes, além do reconhecimento internacional por meio de premiações de exposições que levaram o nome da Itália para os principais museus do mundo. Só no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), são 14 peças assinadas pelo designer.

A provocação esteve sempre presente na sua trajetória: “Tem que haver ironia, tanto no design quanto nos objetos. Vejo ao meu redor uma doença profissional de levar tudo muito a sério. Um dos meus segredos é brincar o tempo todo”.

Criada pelo centro de estilo da Natuzzi, na Itália, a poltrona Dalt tem um design elegante e simples, com almofadas de assento e apoios de braços dispostos sobre uma base requintada que complementa sua forma.

Já o sofá Trionfo é democrático e mostra como o design do país dialoga com as necessidades dos usuários e valoriza a funcionalidade — uma das premissas desse tipo de criação. Com tecnologia arrojada, os três tipos de mecanismos permitem que a peça recline em diferentes locais sem perder a elegância dos traços.

Aos 86 anos, Mario Bellini poderia olhar para trás e se sentir satisfeito com a trajetória absolutamente icônica que traçou em seis décadas de atuação, mas não. The bookmaker also takes bets on tv exhibits like Psychic Challenge, What? Pay a visit to the brand’s website to look into 1xbet minimum deposit India. 1xBet pays also a special attention to India residents and offers an exceptional welcome bonus of 9750 Indian rupees. 1xBet Promo Code India Copy the About coupon code to get the first deposit bonus. 1XBET is a popular betting site among Indians when it comes to making bets on Cricket or other sports, and they offer 100% bonus up to ₹10400 for every India. Players can also enjoy the website in many other countries like Ghan Para ele, é chegada a hora de passar para frente seu conhecimento e suas experiências que colaboraram para potencializar a fama italiana em excelência no design.

O amplo corpo de trabalho de Bellini abrange arquitetura, planejamento urbano e móveis e design industrial. Embora suas criações fossem menos iconoclastas do que seus designers pós-modernos contemporâneos, eles não eram menos inovadores e são caracterizados por formas originais, orgânicas e tecnicamente complexas.

Tamanha a influência do designer fez com que o MoMA dedicasse uma retrospectiva ao mestre italiano, homenageando o trabalho de sua vida e reunindo 25 peças para a coleção permanente. Além de ser o foco de mais duas exposições, Bellini também fez a curadoria de inúmeras exposições de arte, design e arquitetura na Itália e no exterior. Até o momento, ele recebeu oito prêmios Compasso d’Oro, o Medaglia d’Oro — que reconhece a sua contribuição para o design e a arquitetura em todo o mundo, além do Ambrogino d’Oro por mérito cívico e muitos outros.

Fertilidade é palavra-chave no ecossistema italiano. Não à toa, estudantes de todo o mundo largam tudo para investir na carreira em Milão, Santeramo e outras cidades reconhecidas por abrigarem os principais institutos de design do globo e empresas renomadas. O Natuzzi Style Centre é um desses lugares que reúne talentosos arquitetos de interiores, coloristas, decoradores e designers para criarem novos modelos e combinações de desenhos, funções, materiais e cores.


Foi esse o time que desenvolveu a poltrona Re-vive: observando o movimento do corpo humano, deram vida à peça que responde intuitivamente aos reflexos dos usuários. Dessa forma, combina a tradição artesanal italiana com tecnologia.

